quinta-feira, 5 de junho de 2008

Carinho Triste

"a tua boca ingênua e triste e voluptosa
que eu saberia fazer sorrir em meio dos pesares
e chorar em meio das alegrias,
a tua boca ingênua triste
é dele
quando ele bem quer.

os teus seios miraculosos
que amamentaram sem perder
o precário frescor da pubescência
teus seios, que são como os seios intactos das virgens
são dele
quando ele bem quer.

o teu claro ventre, onde como no ventre da terra ouço bater
o mistério de novas vidas e de novos pensamentos
teu ventre, cujo contorno tem a pureza da linha do mar e céu ao pôr do sol
é dele
quando ele bem quer.

só não é dele a tua tristeza
tristeza dos que perderam o gosto de viver,
dos que a vida traiu impiedosamente.
tristeza de criança que se deve afagar e acalentar.
(a minha tristeza também!...)
só não é dele a tua tristeza, ó minha triste amiga!
porque ele não a quer"