quinta-feira, 28 de agosto de 2008

cansei

dor de cabeça dor de garganta unhas roídas
comprei mais cigarros mas a idéia era parar
vou pintar as unhas pra ver se consigo não roer
de vermelho
os últimos cinco livros que eu comprei eu comecei
e deixei somente começados
estao lá: a serem lidos por inteiro
ou nunca
meu celular toca às vezes sou eu mesma que ligo
sabendo que aqueles seres nao sao os certos
mas oi tudo bom vai fazer o que mais tarde
vamo tomar umas cervejas fumar uns cigarros
vamo se divertirentrarpelamadrugada
vamo desafogar
baixo na internet discografias inteiras
com músicas que eu nunca vou descobrir porque nunca vou parar pra ouvir
ai, esse ritmo
pós-moderno hardcore pancadão
band on the run band on the run band on the run tocando sem parar
no replay
eu repito
a sextafeira se aproxima eu vou me distanciando
oi tudo bom vamo fazer o que mais tarde
e vai sendo assim e eu vou cantarolando e falando gíria e fingindo que abandono o que não me larga
eu tenho essa mania de dizer eu sou assim
que já foi acusada de forma muito pertinente de essencialismoselvagem
aí eu tento reinventar sabe
porque a gente tem sempre a possibilidadede né
reinventar-se ad infinitum
no fundo
aquele fundo bem essencialista]
é tudo balela
eu sinto
porque afinal eu sou assim
no final
pra não roer vermelho
pra nao fumar garganta
band on the run band on the run pra lá
o negócio agora é yamandú
aprender com os erros é o caralho
ninguém aprende com os erros
os erros se repetem as manias as fraquezas o eu sou
obstinada-mente
eu acerto once in a blue moon
e acerto?
cansei de estar longe de estar perto de
silêncios barulhos replays
cheguei a cansar de todas as músicas do mundo
de ter preguiça de mastigar ia dormir com fome
cansei das repetiçoes da pouca liberdade
toma meu sintoma fica
pra tu
faz bom proveito
joga fora
me joga fora
eu sou assim
repetitiva
entre paul e yamandú às vezes lenine
a dor de cabeça o sobrepeso a unha
os remédios os livros pelo começo
gastando dinheiro sorrindo pro espelho
me imaginando mais mulher mais gostosa
quando oi tudo bom umas cervejas
falando palavrão e espanto cativo
e me escondo quase me mostrando
quase que sou eu quase me confundo
e esqueço esqueço
e me atenho
e nada de aprender com os erros
ninguém aprende com erros
ou com a-certos
eu brincava de pete repete
pete repete pete repete
e lembro disso da infância
e lembro que eu era assim meio calada meio observadora
pete repete
qual era a dessa brincadeira mesmo?
ah eu ia dizendo
we never change, do we?

às vezes coldplay também

2 comentários:

JFGama disse...

FLUXO QUE APONTA PRA TODOS OS LADOS. LI RÁPIDO, COMO DISSERAM QUE FAZEM, MAIS CRIATIVIZANDO O QUE TÁ LÁ E FLUXIONANDO, QUE PENSANDO SOBRE O QUE TÁ LÁ. O que tá lá, afinal de contas? Fodam-se os livros que nos olham pedindo: me leia, me leia. Cobrança filha da puta: é, eu falo palavrão pra caralho!

Abelardo gonzález disse...

MERMÃO....QUE DO CARALHO!!!


PUTZ,PUTZ E PUTZ.

MUITO FODA.

SÓ COM CAPS LOCK PRA EXPLICAR MAIS OU MENOS O QUE ACABEI DE LER.

MUITO BOM!

=*